quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

poemas cracudos (parte II)


quem diria, meu amor?
eu e genet, duas em uma
suor, sangue, odor e cerveja

“–me he olvidado de la bella luna!”
– mó papo nada a vê, furado, morô?!
"–que qui é issu? não, fechamento!
com vizinho é sempre "sim",
fechô!"

porque  há o direito a:
não ter, poder e animar
o coisar pulsante, pululante
da coisa (que é santa e loca)

porque há o direito de:
soar absolutamente anônimo
como o silêncio
entre os
– espaços –
que tocam os dedos vendados

(poesia discreta e versátil,
zero afeminada,
procura:)

poema sobre poema
palavra sob palavra
isso, é só querer dizer essas coisas
e não outras

(II)

quero chamá-lo poema
quero chamá-lo xereca
quero chamá-lo qualquer coisa séria, muito
seria pouco pra tentar:
ele pulou da janela do pala-
VREADO
– o dano causado
porém foi pouco
– invalidez semântica
carimbado na carteira
de trabalho
sim, sinhô
-rita!

   quero chamá-lo caeiro
    quero chamá-lo viadu
quero chamá-lo nuchaku
                              ninja
quero chamá-lo pikachu
 quero chamá-lo jaspion

traficante humanista
triângulo retângulo
quadrilátero
cabelelero
do espaço

(III)

quero nomeá-lo segundo
as circunstâncias
quero iniciá-lo segundo
seu uso primeiro

(ele é vazio e incompleto
por si mesmo, já basta
isso por si só
vela,
eletricidade,
candelabro,
candeeiro...)

protex azul 
desbacterizandu o orí
  do homem do futuro

quero desvendá-lo, sonho de
maria, beijo do judas,
olho de araruta,
café,
cachaça,
amarula

acabou-se o fim!
instaurou-se o reino do meio!
tudo inacabado
entre nós três...

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